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Rémulo Marques 29/06/2020 - Arbitragem Nacional com Bolinha Vermelha



Ponto prévio:

Este artigo tem bolinha vermelha no canto superior direito. 

É mesmo para maiores de 18. 


Convém manter as crianças, adolescentes, os jovens no geral afastados das "imagens" do que é, na verdade, o nosso futebol em alguns dos seus meandros. 


"O árbitro Gonçalo Martins viu o Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) dar-lhe razão no caso em que reclamava a reintegração na principal categoria da arbitragem, que lhe permite apitar jogos da Liga e Liga 2. Em 2018, Gonçalo Martins desceu de categoria, após nova classificação atribuída pelo Conselho de Arbitragem. O juiz de Vila Real, defendido por Pedro Macieirinha, recorreu da decisão para o Conselho de Justiça da FPF, que lhe deu razão, embora não o reintegrasse nos quadros profissionais. Inconformado com a situação, o árbitro recorreu para o TAD, que também lhe deu razão, mas limitou-se a condenar a FPF a indemnizá-lo. Agora, chega a decisão do TCAS, que revogou decisão do TAD e ordenou a sua reintegração."



IN Jornal A Bola - 21 de Junho de 2020 Para os mais distraídos, até porque a arbitragem em Portugal só interessa se um golo for mal anulado, ou uma grande penalidade mal marcada, esta notícia passou mais ou menos pelos pingos da chuva. Aliás, mesmo a comunicação social deu-lhe pouco ênfase, tal como costuma fazer a menos que, lá está, o VAR falhar esta ou aquela análise, principalmente se estiverem envolvidos um ou outro clube. 

É que têm sido tantos, e tão maus, os problemas que têm surgido da actuação do Conselho de Arbitragem da FPF que a mim me continua a espantar (ou talvez não) não só o pouco interesse que a Comunicação Social, salvo pequenas, pontuais e honrosas excepções, tem reservado ao  assunto, como, ainda mais, quando Fernando Gomes acaba por fazer também ele tábua rasa de tudo o que tem sucedido e, como se nada tivesse sequer acontecido, convida novamente Fontelas Gomes para continuar à frente do organismo que tutela a arbitragem "em nome" da nossa Federação.


Que fique bem claro que isso sim foi, para mim, uma enorme surpresa. Que Fernando Gomes alinhe pelo autismo do seu CA e que não se importe de também ele ficar (porque fica) mal na fotografia às custas de um mandato sofrível do actual Conselho de Arbitragem.


Convido todos a pesquisar um pouco e vão encontrar certamente muitos processos, muitas dúvidas sobre situações pouco claras, sejam elas nas classificações, nos testes e provas de árbitros, sejam elas em ligações que deviam e urgem ser mais claras com núcleos e conselhos de arbitragem distritais. 


No total, e transcrevendo, abaixo, informações veiculadas recentemente (e que não foram desmentidas nem alvo de qualquer denúncia, processo, ou o que quer que seja) pelo ex-árbitro Jorge Ferreira na Quarentena da Bola, são no momento cinco os processos disciplinares que neste momento o Conselho de Arbitragem tem a decorrer contra si  (PASSO A CITAR): "1º queixa por causa da ata 17 o qual referiram na ata que terminavam com o processo classificativo.

O CA era obrigado a fazer classificações! Mas não o fez? Mas disse que o fez? Mas escreveu que não o ia fazer? Mas depois jurou que fez. MENTIRA SIMPLES OU PERJÚRIO? 2º Queixa por causa da ata 36 na qual 3 conselheiros conseguiram a proeza de estar a reunir em Oeiras e estarem no mesmo dia e à mesma hora em Tomar nas provas dos árbitros C2 de futebol. A Secção de Classificações disse que estava em Tomar? Mas estava na Cidade do Futebol? Mas avaliou ainda assim as provas em Tomar? Mas aprovou árbitros na Cidade do Futebol? Tudo ao mesmo tempo?  3º Queixa por causa da reportagem da SIC onde se viu a intervenção de Paulo Costa numa reunião dos árbitros profissionais e, por acaso, só mesmo por acaso, estava lá o irmão… Vejam que o Paulo Costa é vice-presidente dos árbitros não profissionais e existe um acórdão do CJ que proíbe a sua intervenção nos árbitros profissionais. O CJ afirmou claramente que o vice-presidente não profissional não pode intervir nas outras secções. Mas o Paulo Costa quer lá saber do que diz o CJ.  4º Queixa por causa da nomeação de um árbitro assistente 3 dias após chumbar nas provas físicas, quando era proibido pelas normas de classificações e que inclusive por ter gerado um grande mal-estar nos árbitros houve um esclarecimento e pedido de desculpas do José Fontelas Gomes no grupo C1 do whatshapp. Mais um incumprimento grave do regulamento de arbitragem. 5º Queixa por falsas declarações de José Fontelas Gomes ao Conselho de Disciplina no qual referia que não usavam o whatshapp para comunicações do Conselho de Arbitragem. Os árbitros dizem: “usamos o Whatsapp como ferramenta de trabalho e monitorização com o Conselho de Arbitragem”.  Fontelas Gomes diz: “Não usamos redes sociais”.  Quem está a mentir? Nós sabemos! É o Presidente do Conselho de Arbitragem, porque, tal como enviamos ao CJ (e já recolhemos mais) o CA usa a rede para comunicar com os árbitros por categoria e por função." - JORGE FERREIRA


Por tudo isto, que, repito, não foi alvo de qualquer desmentido, esclarecimento, queixa ou o que quer que seja, a ordem de reintegração de Gonçalo Martins não é uma derrota do Conselho de Arbitragem. É mais uma de muitas derrotas, em sede de Conselho de Justiça, de TAD e no próprio TCAS. Foram demasiados processos e demasiadas derrotas. E os motivos, os fundamentos que a justiça encontrou para essas derrotas do Conselho de Arbitragem perante a lei, são o que mais deveria preocupar, e muito, Fernando Gomes, a estrutura da Federação e os dirigentes do futebol português.



Mas não. Está tudo bem. É para continuar. E não se esqueçam que isto não interessa nada, até porque vem aí a Champions... 


A minha pergunta, fica, no entanto: "isto", assim como está, como tem sido, interessa a quem na verdade? 


Se calhar, vale a pena pensar nisso. 

Um abraço e até para a semana.



Rémulo Marques

29/06/2020


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