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Luís Teves 29/06/2021 - NEM COM DESCONTOS MEUS CAROS



Na passada semana recebi um email dos serviços do Sporting Clube de Portugal para me lembrar de fazer a regularização das minhas quotas. Até aqui, nada de novo, pois é normal receber um email mensal com esse propósito. A diferença foi que desta vez os administradores do Sporting excederam-se na sua generosidade e decidiram fazer-me um “Desconto de Campeão”, oferecendo-me uma redução de cerca de 8% para atualizar as minhas quotas que estão em atraso desde Dezembro de 2020. Parece-me ser no mínimo curioso que passadas apenas três semanas após a conquista de um título depois de 19 anos de jejum, o clube se veja na necessidade de fazer descontos aos sócios para que estes mantenham as quotas em dia. Faria muito mais sentido que houvesse um forte crescimento na adesão de novos associados após a vitória no campeonato, mas com esta direção tudo parece acontecer ao contrário daquilo que faria mais sentido.


Não tenho problema algum em admitir que tenho as quotas em atraso, e assumo que o faço intencionalmente. Tomei esta decisão em Dezembro passado quando o Sr. Rogério Alves, decidiu, mais uma vez, ignorar os estatutos do clube e rejeitar um requerimento para a realização de Assembleias Gerais destitutivas, assinado por um número de associados bem mais elevado do que o mínimo estabelecido nos estatutos. O PMAG, como sempre, fez a sua interpretação pessoal dos estatutos, e usurpou aos sócios o direito de decidir sobre a existência de justa causa para destituir a actual direcção. Decidiu ele mesmo não existir justa causa e, pior ainda,  decidiu em causa própria uma vez que uma das petições visava a sua destituição. 


No tempo da anterior direção nunca recebi qualquer email para regularizar quotas porque as tinha sempre em dia. E tinha-as em dia porque sempre verifiquei que as regras estavam a ser cumpridas. As AG 's foram sempre realizadas a tempo e horas, as contas e orçamentos foram sempre apresentados aos sócios conforme o que está estipulado nos estatutos, e a votações foram sempre feitas sem a utilização de boletins codificados.


Com estes Órgãos Sociais os estatutos são constantemente ignorados, e apenas invocados quando lhes dá jeito. A aprovação do Orçamento e Contas passou a ser apenas uma formalidade que não produz quaisquer consequências quando são chumbadas pelos sócios. As Assembleias Gerais são realizadas apenas quando Rogério Alves julga ser conveniente e todas as desculpas servem para que não sejam realizadas. Isto enquanto outros clubes com recursos materiais e humanos bem mais limitados, não se atrevem a adiar as suas AG 's ordinárias e dão democraticamente a voz aos seus sócios em Assembleias Gerais realizadas em segurança e sem qualquer problema. Só neste Sporting isso deixou de ser possível apenas porque os seus dirigentes não querem, porque tem a convicção que estão acima dos sócios e porque para eles é uma enorme maçada ter de prestar contas à escumalha. E diga-se, em abono da verdade, que isto continua a acontecer porque os sócios se sujeitam ao abuso, toleram a autocracia e aceitam a subjugação.


Pessoalmente, recuso-me a aceitar a canalhice, o desrespeito, o despotismo, a prepotência e a tirania, e por consequência a suspensão do pagamento de quotas foi a forma de protesto que decidi adoptar. Ser sócio de uma qualquer instituição implica não apenas ter deveres e obrigações, mas também confere aos associados privilégios e direitos. Estou disposto a cumprir as minhas obrigações mas não abdico, nem nunca abdicarei, dos meus direitos e por isso manifesto o meu desagrado e reprovação, através da única forma de luta de que disponho neste momento e que consiste em dificultar ao máximo a permanência destes OS através do boicote ao pagamento de quotas e da suspensão das compras na loja do clube. Sei que haverá quem discorde da minha posição mas foi uma decisão pessoal que tomei e que está sujeita a ser alterada a qualquer momento. Tanto posso regularizar as minhas quotas se houver alguma mudança que assim o justifique como posso continuar o meu protesto caso se mantenha o status quo. 


Não há descontos nem discursos que me convençam. O que me convence são os actos, as atitudes e a conduta das pessoas e não posso de forma alguma associar-me àquilo que se passa no Sporting de hoje.



Luís Teves

29/06/2021


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