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Luís Teves 04/02/2021 - A ALMA É O SEGREDO DO NEGÓCIO



Há muitas maneiras de analisar um negócio e nos últimos dias tenho lido variadas narrativas sobre o acordo que Varandas fez com António Salvador para trazer o jogador Paulinho para o Sporting. Fala-se em 16 milhões em alguns jornais enquanto outros dizem ser 18 milhões.

Para mim, o negócio fica um pouco mais complexo para contabilizar porque está envolvida a transferência de outro jogador, Cristian Borja que rumou a Braga. Se fizermos um exercício simples e separarmos as duas transações poderemos considerar que existiram duas vendas. Uma do Sporting ao SC Braga e outra do Braga ao Sporting Clube de Portugal. No caso da venda de Borja para o clube do Minho, o próprio Sporting confirmou que o montante da transferência foi de 3 milhões de euros por 100% do passe. No entanto, foi divulgado na comunicação social que antes de rumar a Braga Borja recebe do Sporting o ordenado a que tinha direito até Junho de 2024, no valor total de 3,6 M€. Resumindo, o Sporting gastou mais 600 mil euros do que recebeu para transferir o jogador. Por seu turno o Braga contratou, por 3 M€, o colombiano que tem um valor de mercado de 3,3 M€, segundo o Transfermrkt. Bom negócio para o Braga, mau negócio para o Sporting.


Dissecando a parte que corresponde à transferência de Paulinho, existe o consenso que o Sporting acordou pagar ao Braga 16 M€ por 70% do passe do jogador o que significa que Varandas valorizou a totalidade do passe do jogador em 22,8 M€, quando o Transfermrkt avalia o jogador em 16,5 M€. No entanto, para ter Paulinho o Sporting acordou ainda suportar os custos do mecanismo de solidariedade estimados em 800 mil euros. Para além disso, Andraz Sporar foi emprestado aos bracarenses com o Sporting a pagar a totalidade do seu ordenado até final de Junho numa quantia a rondar 1 M€.


Tudo trocado em miúdos, e uma vez que custou mais dinheiro ao Sporting para despachar Borja do que o Braga pagou por ele (3,6 M€ vs 3.0 M€), o nosso clube gastou, no mínimo, 18,4 M€ para ter 70% de Paulinho e ainda prescindiu de um jogador. A tudo isto teremos que adicionar que o pseudo-presidente do Sporting esbanjou, à partida, parte significativa de uma potencial mais valia numa futura venda de Paulinho uma vez que o Sporting fica obrigado a pagar 7,5 M€ ao Braga se receber uma proposta de 25 M€ pelo atleta. Imagine-se que em Junho próximo um clube propõe a compra de Paulinho por 25 milhões. Se não vender o Sporting terá de pagar 7,5 milhões ao Braga, ficando o preço final do jogador em 26 M€. Se vender terá de pagar a mesma quantia ao Braga e só terá direito a receber 17,5 milhões. Conclusão: excelente negócio para o Braga e péssimo negócio para o Sporting.  


No seguimento dos negócios feitos por esta direcção nos últimos dois anos e meio, não me admira minimamente que tenham feito mais esta borracheira porque o seu poder e aptidão negocial é ZERO. Compram mal e vendem pior…sempre. Só espero que ainda por cima não tenham pago a alguém para conceber e engendrar este acordo deixando o Varandas livre para fazer surf. Em menos de dois anos esta é a segunda vez que um suposto “trolha” come de cebolada um refinado doutor. O que eu acho mais engraçado é que depois de uma ensaboadela destas ainda vejo sportinguistas nas redes sociais a aplaudir este acordo. Entretanto, António Salvador, que mais uma vez arquitetou uma excelente operação financeira para o seu clube, foi quem viu a sua residência vandalizada.


O primeiro lugar desculpa muita coisa e adormece muita gente. 



Luís Teves

04/02/2021



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