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Luís Teves 01/04/2021 - ELEIÇÕES ANTECIPADAS?



Corre um “zum-zum”  infernal pelas redes sociais que teremos eleições antecipadas no Sporting Clube de Portugal. Apesar de ter sido um dos subscritores das petições para a realização de Assembleias Gerais de destituição destes Órgãos Sociais, admito que me sinto incomodado com estas notícias. Perturba-me saber que o PMAG e o pseudo-presidente do CD, que até agora tudo fizeram para evitar uma AG destituitiva, considerem agora a realização de eleições antecipadas. Eles, que sempre afirmaram ter todas as condições para levar o mandato até ao fim e que não existia justa causa para conceder aos sócios o seu direito estatutário de decidir a continuação desta direção, aparentemente estão agora a ponderar a antecipação de eleições. Porquê?


Estamos fartos de saber, e testemunhar, que esta quadrilha que se apoderou do Sporting, não dá ponto sem nó e, já são vários os indícios que estão a “cozinhar” alguma coisa nos bastidores. Primeiro, tivemos o anúncio que em breve serão iniciadas as obras da Cidade Sporting, um projecto concebido por Bruno de Carvalho de que estes descarados se apoderaram e apresentaram como se fosse da sua autoria. Bate certo pois é sempre vantajoso fazer umas inaugurações com o aproximar de eleições. Depois, tivemos aquela entrevista encomendada, de Aurélio Pereira, um membro da estrutura da formação do clube, na generalidade bem acolhido pela maioria dos sportinguistas. Os beijos e abraços que ele enviou ao Dr. Varandas, e os indébitos elogios feitos pela sua “aposta” na formação, foram como pão para a boca de um patife esfomeado de protagonismo e obcecado pela sua arrogância e vaidade. Depois vieram as declarações, sobre o contrato de formação de Nuno Mendes, feitas pelo “filho do fadista” que nunca prescinde da mentira para enaltecer o déspota que lhe deu o tachinho. A isto costumamos chamar subserviência mas neste contexto podemos rotular de estratégia pré-eleitoral.


Parece-me óbvio que Rogério Alves, Frederico Varandas e o resto da “croquetada” pretendem fazer um aproveitamento político do bom desempenho da equipa de futebol profissional de seniores masculino, que na maior das probabilidades conquistará o título de campeão nacional passados de 19 anos. Estes dirigentes irão, decerto, apostar na ingenuidade, ignorância, tolerância a complacência de muitos sportinguistas que no meio dos festejos do título se esquecerão que foram obrigados a descalçar os sapatos para entrar no seu estádio, que foram forçados a votar com boletins codificados, que foram ignorados e desrespeitados, e que foram apelidados de escumalha de malucos e esqueletos. Eles têm plena consciência que os sócios se deixarão enganar enquanto estiverem sob os efeitos da embriaguez do título.


No entanto, considero que existe um outro motivo que os leve a considerar eleições antecipadas que talvez não seja, para muitos, tão visível e evidente. O desfecho dos casos de Alcochete e Cashball resultou, como eu sempre acreditei, na absolvição total de Bruno de Carvalho de todos os crimes que lhe foram imputados. Apesar de afirmarem que a destituição e expulsão do legítimo presidente do Sporting não terem sido motivadas pelos casos Alcochete e Cashball, os golpistas tem plena noção que muitos dos incautos e ignorantes que votaram a favor da destituição e expulsão fizeram-no com a convicção do envolvimento de Bruno de Carvalho nestes dois casos. Por isso, paira sempre sobre estes Órgãos Sociais a nuvem cinzenta da ilegitimidade e o pavor de um possível regresso de Bruno de Carvalho como associado do clube. Uma re-eleição dá-lhes mais quatro anos de controle. A sombra de Bruno de Carvalho é uma constante agonia para estes dirigentes que ao fim de dois anos e meio continuam a denegrir a sua imagem, a desvalorizar o seu trabalho e a mentir sobre o seu legado. Consequentemente a narrativa da herança pesada continua a ser vergonhosamente explorada, porventura porque resulta com os menos avisados e encontra eco na comunicação social conivente, corrupta e sem integridade. Não compreendo como uma herança tão pesada permitiu a estes dirigentes contratarem o terceiro treinador mais caro da história do futebol mundial, e o jogador mais caro da história do Sporting em menos de um ano.


Se Rogério Alves convocar eleições antecipadas espero que os sportinguistas não se deixem iludir e não vendam o clube por um efêmero título de campeão. Desafio os sportinguistas a não se esquecerem que Varandas prometeu unir o Sporting e não o fez. Peço aos sócios que se lembrem de todas as promessas eleitorais feitas por este presidente que não foram cumpridas. Lembrem-se que prometeu chegar aos 200 mil sócios até 2019 mas hoje temos bastante menos sócios do que em 2918. Lembrem-se que fez negociatas com a Apollo a pagar juros acima dos valores de mercado e ainda pagou comissões de mediação a “boutiques financeiras” que ninguém sabe quem são, ou onde estão sediadas. Lembrem-se que pagou uma comissão de dois milhões de euros para abrir o mercado chines a marca Sporting sem que até hoje tenha resultado qualquer benefício para o clube. Lembrem-se que Varandas prometeu que todos os membros da sua direção fariam uma Declaração de Rendimentos anualmente mas que até hoje nunca o fizeram. Lembrem-se que esta direcção não interpôs recurso pelo facto da Benfica SAD não ir a julgamento no caso E-Toupeira. Lembrem-se que Varandas prometeu que se fosse eleito Bruno de Carvalho não seria expulso de sócio. Lembrem-se que prometeu fazer um inquérito interno para apurar quem foi responsável pela fuga do relatório da auditoria para a CMTV, que divulgou informação sigilosa do clube, mas nunca o fez. Lembrem-se que prometeu reunir com as instituições que regulam o futebol e contar tudo o que sabe sobre o campeonato de 2015/16 mas até hoje nada revelou. Mas não se limitem apenas a lembrar-se de tudo isto. Façam perguntas também. Perguntem a vocês próprios porque estes dirigentes insistem no i-voting quando é óbvio que esta tecnologia não está comprovada. Perguntem porque resistem com unhas e dentes a ideia de Um Sócio Um Voto. Perguntem o que fizeram para corrigir o orçamento que foi chumbado em Outubro de 2020. Perguntem onde foram parar 200 milhões em vendas de jogadores contratados pela direção anterior. Perguntem porque Varandas propõe um aumento para si e seus colegas de direção para depois proceder ao despedimento de 20 funcionários. Perguntem quem foi o principal beneficiado do ataque de Alcochete.


Há tanta coisa para lembrar, para questionar e para ponderar. Basta pensar um pouco…mas para muitos é um exercício demasiado trabalhoso.



Luís Teves

01/04/2021


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