Razões para o Sporting contratar Mathieu
Esta semana fica assinalada pela notícia triste da lesão grave do internacional francês Jérémy Mathieu, de 36 anos, que deverá ditar um final compulsivo da sua bonita carreira como futebolista de craveira internacional. Conhecido em Alvalade pela alcunha de “Velhinho”, era o jogador mais experiente do Sporting Clube de Portugal (SCP).
Entendo que um clube de futebol deve cuidar muito bem dos seus melhores jogadores, mesmo depois de terminadas as suas carreiras, não num sentido solidário ou caridoso, ao nível do trabalho que é feito por instituições meritórias como a Santa Casa da Misericórdia, mas num sentido positivo e de valor acrescentado para o clube, aproveitando na plenitude os ensinamentos proporcionados pela grande experiência de um ex-jogador.
Em todo o caso, isto só faz sentido se todos ficarem a ganhar: quando o ex-jogador vê valorizado o seu prestígio e as suas memórias e o clube tem no ex-atleta um professor e um exemplo de virtudes pessoais e profissionais para os mais novos.
Num clube grande e formador como o Sporting Clube de Portugal, este aproveitamento do conhecimento de antigos atletas tem ainda mais sentido e importância. Estranhamente, é um dos calcanhares-de-Aquiles do nosso clube ao longo da história.
Nascido em 29 de outubro de 1983, ou seja, há 36 anos, em Luxeuil-les-Bains, no Leste da França, Jérémy Mathieu era um dos escassos grandes jogadores do futebol europeu a atuar em Portugal. Foi uma das grandes contratações do Presidente Bruno de Carvalho, que, em 2017, teve arte e engenho para descobri-lo a custo zero nos excedentes do Barcelona.
Quando chegou a Lisboa, já com 33 anos, Mathieu tinha atrás de si uma série de conquistas de luxo: 1 Liga dos Campeões, 2 títulos de campeão de Espanha, 3 Taças de Espanha e 1 Supertaça de Espanha.
Em Portugal, foi uma das garantias de solidez da defesa do SCP, onde conquistou mais títulos: 2 Taças da Liga e 1 Taça de Portugal. Curiosamente, só no último ano da sofrível gestão de Frederico Varandas é que ficou em branco em termos de títulos.
Jeremy Mathieu, além de um grande profissional de futebol e líder do balneário, é uma figura do futebol europeu, com grande experiência internacional. E, além disso, tem aquilo que podemos classificar como uma personalidade vincada.
Mesmo assim, viveu o criminoso ataque à Academia de Alcochete sem espalhafato e sem suores frios. Limitou-se a cumprir o seu dever como profissional do Sporting Clube de Portugal. E essa atitude, própria de um “Velhinho” com experiência de vida, reforçou a sua autoridade como figura do nosso clube. Prova disso é a unanimidade em torno do seu legado que se regista na comunidade leonina.
Os sportinguistas têm de estar gratos a Jérémy Mathieu. Mas também devem lembrar à Direção do clube e à administração da SAD que futebolistas como Mathieu merecem um lugar na estrutura. Porque Mathieu é dos bons e tem muito para ensinar no SCP. Não é Mathieu que precisa do Sporting, é o Sporting que precisa de Mathieu.
Prescindir dos conhecimentos e da experiência do internacional francês é deitar fora o investimento que o SCP fez nele e tudo aquilo que ele deu ao clube nos três anos que vestiu a camisola do leão rampante.
O SCP só pode crescer e desenvolver-se com os conhecimentos e a experiência dos melhores valores internacionais. Por isso, o SCP não pode perder a experiência e o conhecimento de Mathieu, agora que ele pendurou as botas de modo forçado.
Jogadores de boa estirpe moral, pessoal e profissional terão de ser bem aproveitados pelo SCP após o fim das suas carreiras profissionais. Para que o SCP possa crescer como grande clube de futebol e como clube influente.
O SCP deveria aproveitar a empatia do internacional francês com o nosso clube para o contratar para aquilo que eu acho que deveria existir em Alvalade: uma Comissão Técnica do Sporting Clube de Portugal.
Assim como existem os treinadores de guarda-redes, nessa Comissão Técnica, Mathieu teria a função de treinador especialista em ações defensivas, que atuaria como adjunto do treinador principal sempre que estivessem em causa treinos específicos de ações defensivas.
A Comissão Técnica do SCP reuniria treinadores especialistas em cada setor do campo para os vários escalões nas categorias de juniores, sub23 e seniores (equipa principal). Nos escalões abaixo dos juniores o modelo de orientação técnica seria diferente, dada a especificidade de cada nível etário.
A existência de uma Comissão Técnica do SCP, formada por elementos que se assumissem como funcionários do SCP, permitiria estabilidade nos treinadores, garantindo a poupança de muito dinheiro com despedimentos e novas contratações todos os anos.
O treinador principal ficaria impedido de trazer “a sua equipa de adjuntos e especialistas” e teria a obrigação de se "encaixar" na Comissão Técnica do SCP. No máximo, poderia trazer um adjunto da sua confiança.
Por outro lado, com o tempo, essa Comissão Técnica transformar-se-ia no espaço preferencial de recrutamento do treinador principal, tornando o SCP, potencialmente, num clube, também, formador de treinadores com cultura sportinguista. E, a avaliar pelo preço de Rúben Amorim, é um mercado a explorar…
Outra função desta Comissão Técnica seria a responsabilidade pelas contratações – de acordo com os objetivos estratégicos do SCP –, que teriam obrigatoriamente de ser justificadas em relatórios técnicos assinados por pelo menos três treinadores, sendo um deles o treinador principal. Ou seja, esta Comissão Técnica também eliminaria o dinheiro que se gasta com a equipa de “scounting”, cujo trabalho não é escrutinado.
Para quem escreve com entusiasmo, os temas são como as cerejas. Do aproveitamento do valor acrescentado de um ex-atleta como Jérémy Mathieu saltei para a ideia da criação de uma Comissão Técnica do SCP.
Mas vamos por partes. Comecemos por aproveitar Jérémy Mathieu, convencendo-o a ficar em Alvalade.
Luís Paulo Rodrigues
25/06/2020
Completamente de acordo. Já há muito que gostaria de ver a estrutura de futebol construída de uma forma uniforme para todos os escalões. Um treinador, director técnico que fosse o estratega das diferentes estratégias a implementar no treino. Aspectos técnicos e modelos de jogo, nutrição, psicologia e humanismo, desportivismo, e fair play, comprometimento com o ideal Sporting. Este director técnico deveria ser um mentor de reconhecida competência, um professor tipo Carlos Queirós, mais ligado ao jogo do que ao mediatismo. Depois um treinador principal, de campo em estreita articulação com o director tecnico que desenvolveriam o treinamento e o modelo de jogo adoptado para todos os escalões de formação e equipas profissionais. Inclusão de antigas glórias na estrutura, treinadores, prospectores…
Isto poderia acontecer se o dr Bruno de Carvalho fosse presidente do SCP .O resto já todos sabemos que não vai acontecer
excelente profissional e um ENORME ser humano com carácter de um verdadeiro leão.
OBRIGADO MATHIEU POR TUDO O QUE DESTE AO SPORTING. FELICIDADES PARA O RESTO DA TUA VIDA. E PÕE-TE A MILHAS DOS CROQUETTES E DO AMBIENTE TÓXICO QUE EXISTE NO CLUBE ACTUALMENTE.
ATÉ SEMPRE LEÃO
O Jeremy Mathieu não tem lugar no SCP (Sporting cRoquettes de Portugal), exactamente pelas qualidades humanas e profissionais. Pelo seu amor ao clube onde não nasceu para o futebol, mas que ama mais, que maneis fernandes, robertos severinos e outros tantos que gravitam por Alvalade e arredores. Esses chulos e pedinchas, sempre à espera que caia qualquer coisa. O sarilhosman, descaiu-se no outro dia, ao dizer que é um pago pelo SCP para ir dizer um monte de amar idades e lugares comuns, Isto para ser soft. Como esse, neste momento há muitos. Qual o papel do hugo viana no SCP? Além de um ordenado chorudo?