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Luís Paulo Rodrigues 02/07/2020 - Sporting: dois pesos e duas medidas



O Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting Clube de Portugal (SCP), liderado pelo juiz Baltazar Pinto, decidiu expulsar 26 associados que estiveram envolvidos na invasão à Academia de Futebol do clube, em Alcochete, em 15 de maio de 2018.


Sobre estas expulsões não tenho nada a dizer. Os indivíduos em causa cometeram o crime, a justiça investigou e o tribunal, pelo coletivo de juízes presidido por Sílvia Pires, decidiu.


A disciplina interna do SCP, por seu turno, de forma responsável, esperou pelo veredicto do tribunal e decidiu aplicar aos sócios envolvidos o castigo máximo previsto nos estatutos: a pena de expulsão do clube.


Foi essa responsabilidade que permitiu ao Conselho Fiscal e Disciplinar do SCP ilibar Bruno Jacinto, antigo Oficial de Ligação aos Adeptos, da pena de expulsão. Ilibado pelo tribunal, viu o seu processo interno arquivado pelo SCP sem qualquer tipo de sanção.


Lamentavelmente, foi essa responsabilidade que o órgão presidido por Baltazar Pinto não demonstrou no processo de expulsão de Bruno de Carvalho (onde valeu tudo, inclusive, a utilização de uma edição do jornal "Sporting" para divulgar as acusações ao ex-Presidente, sem que lhe fosse dada oportunidade para se defender no jornal profusamente distribuído aos sportinguistas que foram ao Pavilhão João Rocha).


Esta senda persecutória contra Bruno de Carvalho já tinha sido demonstrada quando Jaime Marta Soares, Henrique Monteiro e seus ajudantes prepararam a destituição do Presidente Bruno de Carvalho, na célebre Assembleia Geral de 23 de junho de 2018.


Nessa altura, Jaime Marta Soares e Henrique Monteiro não tiveram carácter nem vergonha e acusaram Bruno de Carvalho de situações das quais seria inocentado dois anos depois pelo tribunal, mesmo depois de gravemente acusado pelo Ministério Público, que sofreu o vexame nacional de ter de retirar todas as acusações, ilibando completamente o ex-Presidente leonino.


Isto para não falar de Henrique Monteiro, que trabalhou em tempo recorde para deixar tudo pronto para a expulsão do ex-Presidente, enquanto Alcochete estava sob investigação das autoridades.


Formalmente, a expulsão de Bruno de Carvalho não teve nada a ver com Alcochete. O problema é que a destituição do Presidente Bruno de Carvalho e do seu Conselho Diretivo teve tudo a ver com Alcochete, como demonstra a acusação. E a expulsão, ocorrida meses depois, numa altura em que Bruno de Carvalho tinha sido preso da maneira que todos sabemos no âmbito do processo de Alcochete, foi apenas uma consequência da destituição.


Henrique Monteiro pode espernear o tempo que quiser, pode berrar para decretar que o caso está encerrado, pode zurrar o que quiser. O que importa é a verdade e a verdade é cristalina: Bruno de Carvalho foi destituído da presidência do SCP tendo por base o célebre “post” de Madrid e a invasão a Alcochete.



Os 31 pontos iniciais da acusação são claros e, em meu entender, viciaram todo o processo de destituição, uma vez que inquinaram de forma irremediável o julgamento dos sócios, que nem sequer tiveram acesso à defesa do acusado.


Além disso, as imputações a Bruno de Carvalho pelos acontecimentos de Alcochete tornaram insignificantes as alegadas violações de estatutos do clube que complementaram o documento acusatório.


Daí a pressa dos justiceiros em decidir pelo afastamento de Bruno de Carvalho, não fosse ele ganhar as eleições de setembro de 2018. Daí ter sido proibido de concorrer, mesmo depois de garantias em contrário.


Tanto a destituição como a expulsão, pela forma enviesada como aconteceram, foram erros colossais, de grande irresponsabilidade, que mancharam até hoje a Justiça do SCP.


E essa mancha tem de ser limpa, agora que a Justiça dos tribunais confirmou a inocência de Bruno de Carvalho. É isso que os sportinguistas esperam, para que o nosso clube possa ficar pacificado e seguir em frente, renascendo das cinzas de Alcochete mais forte e mais robusto.



Luís Paulo Rodrigues

02/07/2020


841 visualizações7 comentários

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7 Comments


mgrgcorreia
Jul 03, 2020

Só é possível acontecer num País com uma justiça débil, governantes corruptos, instituições conspurcadas e mal frequentadas, partidos políticos cheios de facínoras e um povo que não se mexe e tudo admite.

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Pafan
Jul 02, 2020

No meu comentário de há três horas ode está "pedi", deve estar "pediu"

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Jorge Mendes
Jorge Mendes
Jul 02, 2020

com estes javardos doutorados à frente do clube, só se pode esperar trafulhices e total falta de carácter e de dignidade e por isso nunca vão aceitar o regresso do BdC, os aventais mandam no clube e no país.

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Pafan
Jul 02, 2020

O Conselho Superior de Magistratura, disse que os juízes não deviam estar em OS de clubes, por configurar um claro conflito de interesses.

Agora já percebem porque no pré e pós AG destitutiva, mais de 10 providências cautelares foram recusadas, sem direito ao contraditório? Quem mexeu os cordelinhos?

Estão agarrados ao tacho e não deve ser pouco o € que recebem, que nem umas lapas. Só saem de lá à biqueirada, porque os códigos de barras têm aquilo tudo controlado.

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Pafan
Jul 02, 2020

Obrigado Luís Paulo por descreveres ao pormenor o que se passou.

Sobre o prof. Baltazar (lembrar-me logo os desenhos animados passados pelo Vasco Granja) é de facto um boneco, não de animação, mas real. Faz uma "justiça" baseada nos interesses do FM kandahar e do gegé. Só assim se justifica que não tenha aberto um processo disciplinar ao PMAG, quando este reiteradamente viola reiteradamente e conscientemente os regulamentos e estatutos das AG. Inclusive, veio feito fanfarrão e dono de toda a autoridade moral, dizer em plena TV generalista, que não cumpria os estatutos, porque não concorda, nem gosta deles.

Voltemos ao anão pidesco.

Numa AG e quando o vagangs estava a debitar feses pela boca, eu levantei-me e gritei "mentiroso"…

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