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João Francisco Fonseca 13/04/2020 - Assistência(s) Médi(c)as

Apontamos com facilidade para a falta de competitividade, para os horários (tardios ou em dias de semana), para os preços dos bilhetes e para a concorrência de assistir comodamente a uma partida de futebol na TV, como as causas maiores para as baixas assistências nas bancadas por este Portugal fora. Considero ainda que os estádios precisam de proporcionar uma nova experiência a quem os frequenta, com um novo espetáculo, mais interactivo e tecnológico, adaptados às exigências dos dias de hoje. Contudo, não podemos deixar de olhar para dentro de casa e concluir que aqui as explicações são outras.


A pior assistência de sempre para a Liga no novo Estádio de Alvalade, inaugurado em 2003, aconteceu nesta temporada, diante o Marítimo - menos de 13 000 espectadores. Até este jogo o recorde negativo remetia para a já distante época de 2010/11. Ora, se a temporada terminar agora a assistência média dos jogos do Sporting CP, no Estádio de Alvalade, para a Liga NOS, é de 30 234 espectadores e tendo já sido aqui disputados o clássico com o FC Porto e o derby com o SL Benfica. Se os jogos que estão em falta se realizarem, também não é expectável que a assistência suba, aliás, infelizmente, acontecerá, provavelmente, o contrário. Olhando para os últimos anos, pior só em 2012/13, em que menos de 27 000 pessoas, em média, assistiram a jogos no Estádio, época em que Godinho Lopes abandonou a Presidência do clube na recta final da época, ficando o clube no 7º lugar. Já na temporada passada - 2018/19 - o número andou pouco acima dos 33 000 nas bancadas. Estes números contrastam com a tendência de crescimento que se verificava desde a época de 2013/14 - primeiro ano completo da presidência de Bruno de Carvalho, com Leonardo Jardim ao leme da equipa de futebol - e que se viria a confirmar de forma clara nas épocas de 2016/2017 e 2017/2018 em que andaram bem acima dos 40 000 espectadores. Mais do que as receitas, estes números são indicadores de uma maior ou menor vida e força do clube, de uma maior ou menor convicção e crença num projecto desportivo, de uma maior ou menor proximidade dos sócios à Instituição, naquele momento. As baixas assistências não são uma fatalidade em Alvalade, mas podem ser fatais para o Sporting, são sintomas claros de uma agoniante doença em que o médico não só não tem a cura como ainda é o seu maior responsável.



João Francisco Fonseca 13/04/2020



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