O Sporting vai em primeiro e isso é bom. Enquanto sportinguista, qualquer vitória é para festejar, qualquer derrota serve para apreender, qualquer que seja o momento, qualquer que seja a direcção.
Porque o Sporting é sempre maior do que aqueles que o dirigem num determinado tempo, num dado espaço.
Definidas assim as questões, é também importante perceber se as vitórias são circunstanciais, fruto do acaso e de uma conjuntura que hoje é favorável, ou se têm uma base sólida, resultando de alterações estruturais que objectam transformar aquilo que é transitório num facto permanente.
Essa análise é fundamental e, perdendo algum tempo a fazê-la, percebemos que o mérito da equipa técnica e dos jogadores não pode servir para branquear uma direcção que nada tem feito para transformar estruturalmente o Sporting, dando seguimento ao trabalho das direcções anteriores.
Hoje, estando em primeiro lugar no campeonato, é fácil tecer loas a quem governa.
É fácil esquecer os problemas, as más decisões de gestão, as vendas estranhas e as compras enquadradas por patranhas. É fácil fingir que não se vê a continuada perda de influência do nosso clube nos órgãos de decisão do futebol português, que umas palmadas fingidas na mesa e entrevistas que nos apresentam como estando estranhamente alinhados com os nossos maiores rivais, não resolvem.
Pelo contrário.
Hoje, o mérito da equipa técnica e dos jogadores pode fazer-nos perder aquilo que não podemos nem devemos perder, o sentido crítico.
É este o alerta que humildemente vos deixo: é fundamental não se deixar enganar por vitórias de circunstância.
É absolutamente relevante continuar a pugnar por um Sporting dos sportinguistas, estruturalmente mais forte e capaz de ombrear, com a regularidade pretendida, com os maiores clubes do mundo.
Pensando sempre numa frase de Ralph Waldo Emerson: “homens fracos acreditam na sorte. Homens fortes acreditam em causa e efeito”.
Viva o Sporting, o Verdadeiro Sporting!!
Gonçalo Santos
06/11/2020
