Opinião com Assinatura
Gonçalo Santos 25/06/2020 - Ser do Sporting

Ser do Sporting é olhar, olhos nos olhos, todos os adversários, sabendo que ganhar é sempre possível, desde que haja esforço, dedicação e devoção. Por isso, ser do Sporting obriga a andar sempre de cabeça levantada. Implica ter orgulho no passado, mas ter também, no presente, a certeza de que haverá futuro.
Ser do Sporting é assumir um compromisso que não se quebra. Que não se vende. Que não se troca. Porque ser do Sporting é um ato de amor.
Ser do Sporting é lutar contra a resignação. Contra o pessimismo. Contra o imobilismo. Contra os interesses que internamente se tentam instalar. Contra os interesses que externamente nos condicionam. Por isso, ser do Sporting é lutar permanentemente pela verdade no desporto. Pela verdade na vida.
Ser do Sporting é amar um legado e protegê-lo, procurar transmiti-lo às gerações seguintes melhor do que estava quando o recebemos. Por isso, ser do Sporting é também e sobretudo, um ato de responsabilidade.
Ser do Sporting é cantar e celebrar quando se ganha. Mas é também dar as mãos quando se perde, procurando aprender com as derrotas, transformando-as em vitórias futuras. Isso implica proteger os nossos, quando a tempestade vem. Implica que entendamos que ao nosso lado está um de nós, que nos vai dar a mão quando precisamos de nos reerguer.
Ser do Sporting força-nos a acreditar nestes valores. Representar os Sportinguistas, numa direção do clube ou da SAD, obriga ainda a que eles sejam o guia de todas as ações. Porque representar os Sportinguistas numa direção do clube ou da SAD não é um emprego. É uma missão e quem não está preparado para ela, deve percebê-lo.

Numa missão, pode errar-se. Por má avaliação. Por excesso de entusiasmo. Por inexperiência. Porque nem todos os dias são dias de verão. Mas na esmagadora maioria das vezes, não é o erro que condiciona o resultado final. É a natureza do erro. Porque incorporar os valores do Sporting possibilita a correção de passos mal medidos, sendo o oposto um corredor para o abismo.
Cabe aos sportinguistas perceber quem querem que os represente. Quem deve proteger o legado e o fazê-lo crescer. Cabe aos sportinguistas perceber se o amor, a dedicação e o espírito de missão podem ser substituídos pela pequena intriga, mesmo que disfarçada de grande. Pelas táticas de sobrevivência de grupo, que nada têm a ver com estratégias para o crescimento da instituição.
Cabe aos sportinguistas entenderem se querem desempenhar o papel principal, ou se querem o lugar de envergonhadas coristas, um lugar do palco onde a luz não chega.
No tempo de Bruno de Carvalho, éramos atores principais. Agora, entramos no coro (quando nos deixam), entoando em grupo trechos de uma revista com muito pouca graça. Os valores do Sporting obrigam-nos a muito mais.

Viva o Sporting, o Verdadeiro Sporting!!
Gonçalo Santos
25/06/2020
