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Afonso Pinto Coelho 26/11/2020 - Assembleias Gerais em tempos de pandemia



Conforme é público, existem neste momento dois importantes clubes deste país em que decorrem neste momento processos de destituição dos respectivos órgãos sociais: Sporting Clube de Portugal e Vitória Futebol Clube. Em Setúbal, um grupo de 113 associados requereu ao Presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Vitória Sadino a destituição da Direcção presidida por Paulo Rodrigues no passado dia 6 de Novembro. No passado domingo (dia 22 de Novembro), a Mesa da Assembleia-Geral do clube setubalense (eleita em lista única) comunicou que diferiu o requerimento dos sócios e marcou a respectiva Assembleia-Geral destitutiva para o dia 2 de Dezembro. No entanto, face ao actual cenário de pandemia do Covid-19, optou por adiar a referida Assembleia-Geral para sexta-feira dia 4 de Dezembro e conforme foi noticiado, a pergunta a fazer aos sócios do Vitória Futebol Clube foi alterada, mas muito mais importante que isto, a referida Assembleia-Geral foi marcada formalmente por iniciativa do Presidente da Assembleia-Geral, apesar de inicialmente ter sido requerida por um grupo de sócios. Conforme foi explicado pela Mesa da Assembleia-Geral do Vitória Futebol Clube em comunicado, a Assembleia-Geral não poderia reunir, por razões sanitárias, simultaneamente e presencialmente 2/3 dos 113 sócios (76 sócios), conforme determinam os estatutos do Vitória Futebol Clube.



Recordo que a Assembleia-Geral destitutiva do então Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal, ocorrida em 23 de Junho de 2018 também foi marcada formalmente pelo então demissionário ex-presidente da Mesa da Assembleia-Geral do clube, Jaime Marta Soares, apesar de o mesmo ter afirmado que lhe tinham sido entregues assinaturas/votos suficientes para marcar a referida Assembleia-Geral (a pedido desses sócios), e de nessa altura não estarmos a enfrentar nenhuma pandemia. Conforme também é público, foi entregue por um numeroso grupo de sócios do Sporting Clube de Portugal no passado dia 9 de Outubro, vários requerimentos a solicitar Assembleias Gerais de substituição das AG´s que determinaram a suspensão e expulsão da condição de sócios de Bruno de Carvalho e Alexandre Godinho, bem a destituição do actual Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, restante Mesa da Assembleia-Geral e do actual Presidente do Conselho Directivo. Conforme foi afirmado na passada segunda-feira na Sporting TV pelo actual responsável de comunicação do Sporting, os serviços do clube já concluíram a validação da documentação entregue e fizeram a entrega da mesma em forma de relatório à Mesa da Assembleia-Geral do clube, pelo que se acredita que estará para muito breve uma comunicação aos sócios das decisões tomadas e das próximas etapas dos respectivos processos iniciados pelos referidos requerimentos. Conforme se sabe, Rogério Alves disse em direto num canal de televisão em plena Primavera de 2018 no pós-invasão de Academia de Alcochete que a palavra tinha de ser dada aos sócios relativamente à continuidade do que restava do então Conselho Directivo, na medida em que já tinha havido demissões em diferentes Órgãos Sociais que segundo também dito pelo próprio tinham sido eleitos em lista única. Por outro lado, recordo também que a ultima Assembleia-Geral Comum do clube viu o seu modo de funcionamento adaptado (apenas votação e sem discussão) pelo própria Mesa da Assembleia-Geral, com a justificação/argumentação de razões de ordem sanitária. Assim, quero acreditar que Rogério Alves e a sua Mesa da Assembleia-Geral, a que preside, irão ser coerentes, na abordagem a esta temática, com o que tem dito e feito, de acordo com os factos que referi (veja-se o que fez o Presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Vitória Futebol Clube), e que não irão desperdiçar esta oportunidade de "Unir o Sporting" em tempos de pandemia, depois do desfecho dos casos "Cash-Ball" e "Alcochete" em que o clube e os seus antigos dirigentes saíram ilibados de todas as acusações, e porque (tal como na Primavera de 2018) os actuais Órgãos Sociais também foram eleitos em lista única, sendo que também já existiram demissões em diferentes Órgãos Sociais e que também o actual Conselho Directivo (tal como na Primavera de 2018) também já não está completo, pois apenas tem 10 elementos (em vez dos 11 iniciais) e depois de já terem passado a efectivos todos os suplentes.

Em conclusão, penso que a Mesa da Assembleia-Geral daria uma grande lição de sportinguismo e de "desapego ao poder" ao marcar as Assembleias Gerais destitutivas por sua própria iniciativa e não através dos respectivos requerimentos dos sócios, porque, tal como no Vitória Futebol Clube (2/3 dos requerentes), isso obrigaria a ter muitos sócios (pelo menos equivalentes a 750 votos) presencialmente e em simultâneo nas respectivas Assembleias Gerais.



Quero também acreditar que Rogério Alves vai ter a inteligência emocional de entender, em função da evolução dos casos "Cashball" e "Alcochete", que o enquadramento mudou completamente face ao cenário que envolveu as Assembleias Gerais que determinaram as suspensões e expulsões de Bruno de Carvalho e de Alexandre Godinho, e que é da mais elementar justiça dar a palavra de novo aos sócios relativamente à sua reintegração como sócios de pleno direito do Sporting Clube de Portugal.


Saudações leoninas!



Afonso Pinto Coelho

26/11/2020


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