Decorreram nesta ultima semana, duas Assembleias Gerais no âmbito do Grupo Sporting, nomeadamente a Assembleia-Geral Comum Ordinária do Sporting Clube de Portugal (transformada pelo actual Presidente da Mesa da Assembleia-Geral em Assembleia-Geral Eleitoral, através da própria Convocatória Oficial ) e a Assembleia-Geral da Sporting Futebol, SAD.
Assim, no passado sábado, dia 26 de Setembro, cerca de 3.115 sócios do Sporting Clube de Portugal reprovaram por larga maioria a proposta de Orçamento para o exercício económico 2020/2021 (68,78% dos votos equivalente a 76,33% dos votantes) e o Relatório & Contas referente ao exercício económico 2019/2020 (66,79% dos votos equivalente a 75,02% dos votantes) numa das Assembleias Gerais Ordinárias mais participadas da história do clube.
Mais do que a leitura formal dos resultados do passado sábado, existe uma leitura politica que tem de ser feita. Se recuarmos a 29 de Junho de 2019, verificamos que na Assembleia-Geral realizada nesse dia participaram 1.151 sócios, com 30,9% dos votos expressos e 39,1% dos sócios a votarem contra o Orçamento 2019/2020. No dia de 10 de Outubro de 2019 realizou-se a Assembleia-Geral para votar o Relatório & Contas 2018/2019, em que participaram 1.352 sócios, sendo que 55,9% dos sócios votaram contra a aprovação do referido documento, o que equivaleu a 47% dos votos expressos.
Conforme se pode verificar facilmente e seguindo uma linha do tempo, pode-se constatar que o aumento da participação dos sócios nas ultimas Assembleias Gerais é acompanhado pelo aumento da contestação aos actuais Órgãos Sociais, quer em termos absolutos, quer em termos relativos. Assim, fica provado que quanto maior tem sido a participação dos sócios em Assembleias Gerais, maior é a contestação a quem dirige actualmente os destinos do clube. A rejeição de ambos os documentos por números similares (68,78% vs 66,79%, em votos e 76,33% vs 75,02%, em sócios) demonstra que a contestação que se traduziu na rejeição dos dois pontos da ordem de trabalhos vai muito para além do Orçamento 2020/2021 ou do Relatório e Contas 2019/2020. A mensagem politica que resulta do que os sócios votaram no sábado é a rejeição dos sócios a Assembleias Gerais Ordinárias Comuns (transformadas em Assembleias Gerais eleitorais através de uma convocatória oficial) sem debate por parte de uma Mesa da Assembleia-Geral que não respeita os direitos dos sócios, e a um modelo de gestão de um Conselho Directivo “autista” que pretendia aprovar uma dívida corrente do clube à Sporting Futebol SAD de cerca de 17 milhões de euros, através do Relatório & Contas 2019/2020. Posteriormente, e logo após de serem conhecidos os resultados da Assembleia-Geral, o Conselho Directivo emitiu um comunicado que é omisso relativamente à vontade dos sócios, e que mais uma vez não retira nenhumas ilações politicas relativamente ao que se passou na tarde/noite de sábado passado.
No passada terça-feira, dia 29 de Setembro decorreu a Assembleia-Geral da Sporting Futebol, SAD com a duração de mais de 10 (!) horas em que todos os 5 pontos da ordem de trabalhos foram aprovados, em virtude do clube (por via directa ou indirectamente via SGPS) representado pelo Presidente do Conselho de Administração ter a maioria no capital social da referida sociedade, o qual votou a favor de todos os pontos da ordem de trabalhos, ignorando completamente a vontade relevada pelos sócios do clube no sábado, 26 de Setembro, mais que não seja, pela interacção continua que existe entre as duas entidades (clube e SAD) dentro do grupo Sporting.
Como nota final, foi também conhecida a atribuição de nomes de jogadores ou conjunto de jogadores aos campos da academia de futebol. Como disse na passada semana relativamente à atribuição do nome da Academia (Cristiano Ronaldo), parece-me igualmente prematura a atribuição de nomes aos campos sem a aprovação dos sócios em sede de Assembleia-Geral, independentemente da questão da obrigatoriedade estatutária. A dimensão ética deve sempre superior à dimensão legal.
Saudações leoninas!
Afonso Pinto Coelho
04/10/2020
factual, obrig e um abraço
BOA TARDE AFONSO.
OBRIGADO PELOS EXCELENTES ESCLARECIMENTOS DOS NÚMEROS DAS AG.
MAS O IMPORTANTE AGORA, É CORRER COM OS ESCROQUETTES DALI PARA FORA E MANTÊ-LOS LONGE DO SCP O MAIOR TEMPO POSSÍVEL, DE PREFERÊNCIA PARA SEMPRE.
VOLTEM PARA O CAMPO GRANDE FOOTBALL CLUB, ONDE ESTAVAM TÃO BEM ATÉ 1995.
CERTAMENTE, QUE GENTE TÃO "NOTÁVEL", NÃO TERÁ DIFICULDADE EM ANGARIAR PATROCINADORES PARA OS SEUS ALMOÇOS/JANTARES E NEGÓCIOS DÚBIOS.
PORQUE PARA NÃO FOI PARA ISSO, QUE O VISCONDE DE ALVALADE, SAIU DESSE ANTRO NOJENTO, PARA FUNDAR O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL.
Estes resultados são bons para o Sporting Clube de Portugal, mas não podemos relaxar enquanto estes órgãos sociais não forem corridos.
Só pessoas competentes é que podem ser eleitas porque como isto está daqui a nada a maleita torna-se irreversível.
Correr com eles e readmitir de pleno direito aqueles que foram vítimas de uma golpada criminosa e que tanta falta fazem.
Boa extrapolação, sr. Carlos Alberto!
Por um lado temos o dr. Afonso Pinto Coelho, a clarificar toda esta situação de insatisfação por parte dos associados do Clube, por outro a constatação que já não somos nós, os indefectíveis do dr. Bruno de Carvalho, mas a ONDA de contestação está a crescer inexorávelmente!
FINALMENTE!
Há ainda um aspecto que relevo ainda do resultado das últimas eleições (R&C), é a relação entre sócios e votos em que a média é entre 5 e 7 votos por sócio o que representa que os socios mais antigos já começam a estar contra e não apenas os novos sócios que só têm direito a 1 voto.